quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OS CRENTES BATISTAS E OS DONS DO ESPÍRITO SANTO II

I Cor. 12:1-11
Autor(a): PR. ISAIAS ANDRADE LINS FILHO Pastor da Igreja Batista dos Mares. Teólogo, Mestre em Ciências da Religião, Doutor em Teologia e Advogado.
Mais uma vez me dirijo aos queridos irmãos para trazer algo que merece a nossa reflexão, sobre esta pessoa maravilhosa da Trindade Santa, o "Espírito Santo", e, o que esta pessoa tão relevante tem para todos nós, crentes batistas, através dos "dons espirituais".

Os dons do Espírito Santo são os meios inquestionáveis, através dos quais, nós os crentes, membros do Corpo de Cristo (a Igreja), somos capacitados, habilitados e totalmente equipados para podermos realizar com autoridade e poder, a obra de Deus.

Meu desejo de escrever sobre este assunto e trazê-lo para o nosso povo batista, sinto ser vontade de Deus, sobretudo quando me deparo com o que diz a Palavra em I Cor. 12:1, "a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes..." e, é por este motivo, com esteio nas Escrituras Sagradas, que ouso salientar que sem os dons do Espírito Santo, o Corpo de Cristo, a Igreja do Senhor, ao contrário de ser um poderoso organismo vivo, cheio de graça e de unção, passaria a ser simplesmente uma organização social, humana e religiosa, sem o poder e as características espirituais que a Igreja do Senhor deve carregar consigo.

Já li com espanto, em algumas lições que mestres antigos ministraram, principalmente nas revistas da Escola Bíblica Dominical, em que escritores e comentaristas ao questionarem se os dons do Espírito Santo permanecem nos dias atuais, respondiam ao povo dizendo:

"Alguns sim; outros não (grifo nosso)." (Revista Compromisso - JUERP, 1994, pg. 32), aonde é que está escrito na Bíblia isto? Em lugar nenhum.

Eu sei que a obra que o Senhor está realizando no meio do povo batista, me confere a condição de dizer com letras maiúsculas e, se questionado for, se os dons permanecem hoje, responder:

"SIM, TODOS OS DONS DO ESPÍRITO SANTO, NA VIDA DA IGREJA, PERMANECEM NA SUA INTEGRIDADE, PORQUE A BÍBLIA DIZ QUE SIM" e embora homens queiram negar, prefiro ficar com a Palavra do Senhor que em I Cor. 12:4 diz: "Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo" (grifo nosso), isto é, Aquele Espírito Santo que deu e que repartiu, é o mesmo que dá e que reparte hoje, a cada um, como quer, para a edificação do Corpo de Cristo que é a Igreja do Senhor.

Vale destacar também o fato de que muitos sempre confundiram os nove (09) dons do Espírito Santo, com fruto do Espírito Santo, que se expressa através de nove (09) características, indispensáveis à verdadeira vida cristã, isto é, o cristão verdadeiro tem que dar frutos, deve frutificar no seu dia a dia, e manifestar a todos que com ele convivem, as nove (09) características do fruto do Espírito, quais sejam: AMOR, GOZO, PAZ, LONGANIMIDADE, BENIGNIDADE, BONDADE, FÉ, MANSIDÃO e TEMPERANÇA, conforme Gál.5:22. Portanto, é de bom alvitre esclarecer que fruto é uma coisa e, dons outra coisa.

O fruto do Espírito Santo faz o crente sentir a necessidade de ter o seu caráter, moldado pelo caráter do Mestre, o nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto os dons do Espírito Santo, são as capacitações especiais que o Espírito concede aos cristãos, para com poder, graça e unção, realizar a obra do Senhor.

Sinto-me, pois, à vontade em escrever para o nosso povo batista sobre o tema dos "Dons do Espírito Santo", não só porque a Palavra de Deus admoesta e ensina aos crentes que assim o busquem: "segui o amor e buscai com zelo os dons espirituais..." (grifo nosso) - I Cor. 14:1, mas, também, porque ao falar a Timóteo seu filho na fé, o Apóstolo Paulo querendo encorajá-lo a suplantar as dificuldades e destacando os grandes problemas que mercê da Graça de Deus, dos mesmos já havia obtido a vitória, Paulo lhe admoesta dizendo: "reavives o Dom de Deus que há em ti" - II Timóteo 1:6 (Pastor Shedd traduz por reavivar, usando um verbo que significa fazer o fogo subir com vida, reatiçar, para que Timóteo permitisse que o Dom que lhe fora dado pelo Espírito ardesse nele), cujo Dom era o de profecia, recebido pela imposição de mãos do presbitério (I Timóteo 4: 14), mas, me sinto a vontade, sobretudo, pelo Tema Geral dos Batista Brasileiros em 2001 que é: DESPERTA OS DONS QUE HÁ EM TI! Este tema é um imperativo e, ao estudá-lo, sem dúvida, "dons" poderão ser despertados.

A partir do próximo estudo, estaremos observando o que a Bíblia Sagrada ensina sobre os dons do Espírito Santo, conforme mencionaremos a seguir:
a) Palavra do Conhecimento, Palavra de Sabedoria e Discernimento de Espíritos;
b) Dons de Curar, Dons de Operação de Milagres e Dom da Fé;
c) Dom de Variedade de Línguas, Dom de Interpretação de Línguas e Dom de Profecia.

Vamos devagar, com calma e prudência, mas, que Deus está fazendo uma grande obra no meio do povo batista, está!

Louvado seja o Senhor!

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A Oração Precisa Ser Prioridade!

De um modo geral, a oração está em declínio na igreja, tanto nas vidas pessoais dos líderes como nas reuniões coletivas de oração. Esse fato causa ainda maior admiração quando consideramos a hora avançada e crítica em que vivemos e o fervor com que Deus nos conclama à oração em praticamente cada página da Bíblia.

O resultado: pouco ou nenhum avivamento! Nós pregadores simplesmente não estamos dando prioridade ao avivamento. Oh, sim, claro que, entre tantas outras coisas, gostaríamos de ter avivamentos também. Mas, nessa base, o avivamento não virá. Precisa ser prioritário. Senhor, dá-nos um novo “anseio” interior pelo avivamento, santo e profundo, que venha do teu trono!

Necessitamos novo poder e nova autoridade para levar o nosso povo a orar. Nós mesmos precisamos de uma nova vida de oração. A decisão de Atos 6.4 precisa ser a nossa também: “...quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” O avivamento não terá prioridade enquanto a oração não tiver prioridade.

Que tipo de cristianismo estamos vivendo atualmente? Um cristianismo laodicense: letárgico, preguiçoso, morno, ausente. No evangelismo há um senso de frustração e enfado. Há uma espécie de tranqüilidade glacial numa época de crise! Os cristãos agem como se houvesse fartura de tempo, como se a situação não fosse séria. No entanto, estamos numa crise muito grave, e não existe nenhuma outra saída a não ser em Cristo.

A única resposta para uma era apocalíptica é um cristianismo apostólico.

Se quisermos avivamento, sabemos que terá de começar nas nossas igrejas. Icabode precisa desaparecer. E para começar nas nossas igrejas, sabemos também que terá de começar nas nossas reuniões de oração. E para começar nas nossas reuniões de oração, é necessário começar conosco, os ministros. A oração precisa novamente ocupar o primeiro lugar em nossas vidas. Precisa ser prioridade. Necessitamos de uma revelação nova e correta a respeito da oração. Usando a Bíblia, quero apresentar pelo menos sete razões por que a oração deve estar em primeiro lugar.



Em Primeiro Lugar com o Próprio Deus

Recentemente, eu estava pensando: “Por que orar? Por que o homem é uma criatura que ora? De onde surgiu essa forma de comunicação que chamamos oração?” Sempre pensei que tivesse se originado no homem pelo fato dele ser uma criatura e ter necessidades. Mas passei a ver que, de fato, sua origem está em Deus. A oração não vem da carência do homem somente, mas da própria natureza de Deus. O encargo para oração não está somente no homem, mas em Deus.

Isto é um mistério, mas a oração é uma expressão da própria vida do Deus triúno – Pai, Filho e Espírito Santo. Mais ainda, para compreender realmente o que é oração e aprender a orar, devemos buscar a visão que o próprio Deus tem da oração.



Em Primeiro Lugar com Jesus Cristo

Podemos ver essa realidade de forma bem clara em Jesus Cristo, a imagem expressa da pessoa de Deus. A oração para ele estava em primeiro lugar. Quando na Terra, ele fazia tudo pela oração. Era o seu método, pois como Filho não fazia nada por si mesmo, mas dependia constantemente do Pai.

Todos os seus grandes passos, todas as suas obras maravilhosas e palavras majestosas vieram através de oração respondida. Seu ministério messiânico começou no Jordão, em oração; sua obra foi consumada na cruz, com oração. Ele morreu assim como viveu. Sua vida foi uma vida de oração.

O seu ministério número um era a oração. Ele levantava cedo para orar. Ia para montanhas e refúgios calmos para orar. Tudo o que ensinava a respeito da oração ele mesmo praticava. Foi enquanto orava que um dos seus discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a orar”. Primeiro, orava até que as coisas passassem a existir, como sacerdote e intercessor de Deus – e, depois, andava nelas abertamente em seu ministério.

O seu ministério era duplo: era, ao mesmo tempo, profeta e sacerdote. Porém, a função sacerdotal estava em primeiro lugar. Depois, como profeta, desenvolvia na prática aquilo pelo qual havia orado como sacerdote. A oração, para Cristo, era sua grande obra. Era nela que sua criatividade, no mais alto sentido, se manifestava.

Por sete vezes, Lucas descreve Jesus em oração, além das outras ocasiões descritas pelos outros evangelhos. Se examinarmos cada uma delas, veremos como cada passo decisivo ou cada novo ciclo do seu ministério era o resultado de nova intercessão.

Poderíamos esperar que uma santa cortina de silêncio fosse colocada sobre sua maravilhosa vida de oração. Porém, pelo contrário, os escritores dos evangelhos não mediam esforços para abrir essas grandes cenas. Quanto mais elevadas e santas, como as de Getsêmani e de João 17, mais plenamente foram descritas. Ao encontrarem ali o maior segredo de Cristo, por inspiração no-lo transmitiram para que nós, também, pudéssemos possuí-lo no nosso ministério.

Depois, quando chegamos ao livro de Atos, capítulo um, vemos Cristo colocando esta ênfase número um nos seus discípulos, com mais intensidade ainda do que nos tempos da sua presença física. A oração agora cresce em importância, mesmo para ele, o ressuscitado. Pois ascendeu ao céu para fazer o quê? Para viver eternamente como intercessor e advogado.

Depois de deixá-los encerrados no cenáculo, ele mesmo partiu para encerrar a si mesmo, para sempre, no cenáculo superior do grande universo de Deus a fim de dedicar-se a essa obra suprema. Seu encargo é viver “sempre para interceder por nós” (Hb 7.25).

Embora agora Rei, ele ainda é sacerdote – mais do que nunca. Ele é “sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque” (veja Hebreus 7 e 8). Ele rege o mundo pela oração. Ele reina majestosa e eternamente pela oração. Que verdade tremenda! Senhor, ensina-nos a orar! (1 Pe 2.5,9; Ap 20.6).

A oração é o método eterno e universal de Cristo. Vemos nele também que a oração origina-se muito mais em Deus do que no homem.



Em Primeiro Lugar Com o Espírito Santo

Semelhantemente, a oração está em primeiro lugar com o Espírito Santo. Como Cristo, ele vive eternamente para interceder. Ele “intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). O Espírito Santo é um Espírito que ora. Na verdade, Deus só pode abençoar aquilo que vem de si mesmo. E o Espírito, o Administrador da divindade, gera em nós o orar do próprio Jesus. Somente a oração que é feita pelo Espírito é eficaz e será realmente respondida. No Espírito, a oração torna-se intercessória.

Qualquer pessoa cheia do Espírito de Deus torna-se um intercessor. De fato, conforme se pode ver dos exemplos da Bíblia, começando com João Batista e Jesus, e mesmo antes deles, com Zacarias e Isabel, Maria, mãe de Jesus, e os anciãos Simeão e Ana, é preciso ser uma pessoa de oração para ser cheio do Espírito. Quanto mais consagrados, semelhantes a Cristo e cheios do Espírito nós nos tornarmos, mais saturadas de oração nossas vidas na Terra serão. A vida do Espírito é uma vida de oração.

Sabemos que a oração não é tudo. Mas parece que o que não sabemos nesta nossa geração é que “tudo é pela oração” (Fp 4.6,7).



Propósito Número Um da Palavra de Deus

Isso foi uma revelação para mim. A pregação não é a primeira nem a mais forte maneira de se usar a Palavra de Deus. A Bíblia tem inúmeros usos, mas a oração é a sua finalidade número um, a mais elevada de todas. A Bíblia é o grande e verdadeiro livro de oração.

Observe como Jesus usou essa espada naqueles quarenta dias de tentação no deserto (Mt 4; Lc 4). Antes de dizer: “Está escrito” em ministério público, ele primeiro usou as Escrituras no combate secreto da oração. Era o seu verdadeiro campo de batalha contra Satanás. Lá ele o venceu com a Palavra de Deus. Sua vitória pública seguiu-se como resultado desse conflito secreto. A oração veio em primeiro lugar.

É realmente muito importante que os ministros aprendam que o primeiro uso da Palavra não é em textos e sermões e, sim, na oração. Um velho irmão metodista me exortou no começo do meu ministério: “Jovem, aprenda a suplicar em cima das promessas de Deus”. Isso me ensinou o verdadeiro segredo da intercessão. A partir daí, passei a orar de maneira diferente. Ao invés de apresentar a Deus as minhas necessidades, desejos e aspirações em oração, aprendi a lembrar Deus das suas próprias promessas.

Isso me deu fé. Não é essa a essência do que fala em Isaías 62.6, de continuamente lembrar Deus da sua própria palavra? A oração deve ser do tamanho e da forma das promessas de Deus. Aqui, também, vemos que a oração origina-se em Deus.

O mesmo princípio pode ser visto no livro de Atos. No capítulo quatro, houve uma reunião na qual a súplica em cima da Palavra de Deus deu substância e poder à oração deles. As Escrituras foram usadas para formar uma ponta – a ponta de uma espada –, capacitando-os a prevalecer. Com isso, aprenderam como realizar as coisas por meio da oração. O resto do capítulo quatro e o capítulo cinco relatam o que aconteceu como fruto dessa reunião de oração.

Em todo o livro de Atos, os cristãos estavam ou de joelhos ou em ação. De joelhos, primeiro, e em ação, depois. Assim como Jesus fazia, cada passo e acontecimento era gerado por meio da oração. Tudo é pela intercessão. Essa característica acompanha a história inteira nos vinte e oito capítulos do livro.Tudo acontece por meio de respostas à oração.

O nível de oração corresponde ao nível do poder. É um só e o mesmo nível. Para roubar o poder da igreja, basta ao diabo interromper a sua oração. Poder e oração sempre andam juntos; mas entre os dois, a oração sempre vem primeiro. Intercessão é o método poderoso do próprio Deus.

Tomemos cuidado aqui com um raciocínio enganoso: “Deus vai realizar seu plano de qualquer maneira, quer eu ore como deveria, quer não ore”. Nada está tão próximo da razão, às vezes; ao mesmo tempo, nada está tão longe das Escrituras. Deus não faz coisa alguma sem revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas (Am 3.7). Porém, os profetas de Deus precisam primeiro ser sacerdotes, como Abraão, de quem disse Deus: “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer...?” (Gn18.17).

Deus trabalha por meio dos seus sacerdotes. Ele faz tudo no seu plano redentor pela intercessão – a sua própria em favor de nós e através de nós. As grandiosas e maravilhosas obras de Deus são todas efetuadas pela oração. O sacerdócio está em primeiro lugar. Tem prioridade absoluta. Deus não fará sem intercessão aquilo que prometeu fazer através dela, e devemos buscar diligentemente nas Escrituras para descobrir o que isso inclui.



Em Primeiro Lugar na Luta Contra Satanás

Na verdade, é a única maneira de permanecermos firmes contra o diabo ou forças demoníacas, quer seja numa reunião ou em outro lugar. É na oração que a Palavra torna-se a espada do Espírito contra as forças espirituais. É aqui que acontece a verdadeira batalha. Esse é o ponto no qual a Igreja torna-se militante, o tipo de igreja que Cristo deseja. É na reunião de oração que se prova realmente se é uma Igreja do Novo Testamento ou não.

Efésios 6.10-20 deixa claro o seguinte:

(a) A verdadeira guerra é espiritual, contra Satanás e suas hostes;

(b) A Palavra de Deus é utilizada como uma espada, em primeiro lugar, não na pregação e, sim, na oração;

(c) No que concerne aos poderes e oposição satânicos, nada vai tocá-los ou derrubá-los a não ser o manejo da Palavra pelo Espírito Santo em intercessão.

A pregação não alcançará a vitória a menos que a oração o tenha feito primeiro. A pregação não poderá ir além do que foi alcançado na oração. Só podemos pregar com eficácia até o ponto alcançado primeiro pela oração. Precisamos prevalecer com Deus em oração e, depois, prevaleceremos na pregação.

Freqüentemente, o pregador pode chegar a um ponto de impedimento em que só falta o diabo jogar as palavras de volta em seu rosto. Como pode ser quebrada essa barreira? Não por insistir mais na pregação. O pregador precisa parar e orar ou pedir para que o povo ore em seu favor. Qualquer uma das opções pode ser embaraçosa porque a maioria das congregações não está treinada no Espírito para perceber o que está acontecendo. Contudo, se o povo não é sensibilizado e não sabe discernir o que está acontecendo, não conseguiremos agir contra Satanás e não conquistaremos terreno inimigo para Deus.

Observei recentemente em Lucas 9 que Jesus deu aos seus doze evangelistas “poder e autoridade” para as suas cruzadas nas cidades, a serem exercidos em primeiro lugar “sobre todos os demônios”. Que declaração! Demônios em primeiro lugar?

No trabalho de conduzir uma comunidade para Deus, lutamos não somente contra o pecado, mas também contra Satanás. Como podemos vencê-lo? Pela oração. Nada mais o moverá. Sim, Jesus disse, “sobre todos os demônios”. Esse ministério já era deles antes do Pentecoste.

Com todos os nossos métodos evangelísticos hoje, mesmo depois do Pentecoste e de toda a luz que recebemos desde então, não conseguimos impactar as comunidades nem como os discípulos faziam antes do Pentecoste! Quando eles ministravam, havia tanto poder como se o próprio Cristo estivesse lá.

Ó Deus, dá-nos um evangelismo como esse hoje! O testemunho que davam era tão poderoso que aquelas cidades terão de dar contas do que ouviram no juízo final. A grande quantidade de madeira, feno e palha – shows, exibições e atrações – que usamos no evangelismo hoje não levará ninguém ao juízo, a não ser nós mesmos!



Em Primeiro Lugar no Ministério da Igreja

Em Mateus 16.18, Jesus disse: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Quando Jesus deu o primeiro passo para construir a sua igreja, o que ele fez? Chegando a Atos 1.14, encontramos a resposta. Estupefatos, olhamos em admiração enquanto se abre a porta do Cenáculo, onde vemos a seguinte cena: “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele”.

Se você me perguntar: “Qual foi o seu achado mais importante na Bíblia nestes últimos anos”, eu responderia que foi este: Quando Jesus Cristo começou a construir a sua igreja, ele construiu primeiro uma reunião de oração. Isso para mim é mais do que uma revelação: é um chamado para revolucionar a forma de desenvolvermos a obra de Deus.

Quando olhamos para as nossas pobres, mirradas e doentias reuniões de oração, fica claro que nossa geração não captou a idéia que Cristo tem da igreja. Mesmo quando se tem uma boa reunião de oração, achamos que o grupo de irmãos da igreja é uma coisa e que o grupo de oração é outra. Mas onde é que achamos isso na Bíblia? Não são dois grupos diferentes, mas é um só e o mesmo grupo. A igreja é, na verdade, uma reunião de oração. Não faltava nenhum membro na reunião de oração.

A oração não é tudo, de forma alguma; contudo, está em primeiro lugar. Como chegaremos às coisas que estão em segundo e terceiro lugares se não temos a que está em primeiro? Por que não temos uma igreja como no livro de Atos? Precisamos edificar, com Cristo, como em Atos 1, um cenáculo.

Freqüentemente, pensamos na reunião de oração como um pequeno rebanho ou como uma atividade separada da corrente principal de vida e atividade da igreja. “Claro, precisamos orar, fazer uma reunião de oração...”, mas pensamos nela como um prelúdio ou poslúdio do nosso programa tão cheio e tão planejado. No Novo Testamento, porém, a oração é o verdadeiro ministério da igreja.

Toda a igreja deveria ser organizada e integrada em torno da reunião de oração. Assim, ela seria edificada por Cristo e com Cristo, e não pelo homem em favor de Cristo. A reunião de oração deveria ser a reunião grande e realmente completa de toda a igreja – a melhor reunião da semana. Não é nosso papel dizer a Jesus que tipo de igreja nós queremos – estamos aqui para fazer o que ele quer, e o que ele quer em primeiro lugar é oração!



Em Síntese

A nossa dificuldade hoje é que não vemos a oração como ministério. Na Bíblia, o ministério secreto da oração era o segredo do ministério. A oração é o mais elevado de todos os ministérios. Hoje avaliamos os ministérios de modo diferente: “Ele é popular... uma grande personalidade... um grande pregador, etc.”. Nas Escrituras, quanto mais elevado o ministério de um homem, mais ele é um homem de oração.

Pense em Abraão, Moisés, Josué, Samuel, Davi, Elias e todos os profetas do Velho Testamento; no ancião Zacarias, em Simeão, João Batista, Jesus e todos os homens do Novo Testamento. A Bíblia é a biografia de homens de Deus que eram poderosos na oração e que mudaram a face da Terra porque buscavam constantemente a face de Deus. A oração para eles não era um ministério secundário nem uma preliminar às outras atividades mais importantes.

Para eles era o ministério dos ministérios. Era o seu trabalho e a sua batalha principal. Eles não somente “oravam a respeito” do seu trabalho. A oração era a sua grande ocupação. Era o seu ministério número um. Com todo o nosso coração, pedimos: “Senhor, ensina-nos a orar!”

Armin Gesswein
fonte: revista impacto

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